Há uns tempos Raul Martins, presidente da Associação da Hotelaria de Portugal, defendeu junto do governo “socialista” que Portugal deve criar fluxos de importação de mão de obra de países como Cabo Verde e Filipinas para responder à falta de trabalhadores no sector. A linguagem utilizada por Raul Martins foi, digamos, demasiado esclarecedora das mentalidades do patronato, um patronato chateado por a classe trabalhadora portuguesa estar a rejeitar os “competitivos” rendimentos e condições de trabalho oferecidas por este mesmo patronato.
Para corrigir a honestidade de Raul Martins, a iniciativa liberal ECO convidou CEOs do sector do turismo e a sua representante no governo “socialista” Ana Mendes Godinho, ministra da exploração, para dizerem o mesmo que Raul Martins disse mas na novilíngua neoliberal.
“Atrair talento”; “sucesso individual”; “worklife balance”; “menos impostos”; “gerações millenial (geração Y) ou pós-millenial (geração Z)”, enfim, um chorrilho de ladainha neoliberal e tudo para justificarem o acesso a mão de obra o mais barata e submissa possível. Os exploradores bem formados com lábia pretensamente mais moderna não são melhores do que os exploradores mais grosseiros…
Especulação, turismo e baixos salários, a estratégia de desenvolvimento dos sucessivos governos neoliberais de Portugal e da União Europeia... Não estão satisfeitos com o país que têm?
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