Celebração?

Quando vejo o governo “socialista” e seus respetivos fanboys e fangirls a celebrarem o facto da economia ter crescido mais do que esperado lembro-me do que o atual líder do Partido “Social Democrata” Luís Montenegro disse em 2014, ele disse “a vida das pessoas não está melhor, mas a do país está muito melhor”.

Como se o crescimento da economia se refletisse diretamente na melhoria da qualidade de vida de quem vive do trabalho.

A utilização de dados económicos como tática para escamotear uma realidade degradada tem sido recorrente por parte da classe dominante, seus servos políticos e relações públicas da comunicação social. 

A verdadeira realidade, e não a realidade virtual que alguns conveniente construíram para proveito pessoal, é que Portugal é um país em declínio.

Quando é que os problemas da população começam a ser resolvidos? Coisas como habitação, precariedade, baixos salários, degradação de serviços...

Para um “socialista” que vive do marketing, que tem garantida boa vida e que criou expectativas de carreira em determinadas instituições não democráticas é natural que os seus interesses não coincidam com os interesses de quem vive do trabalho.

Celebrem o crescimento da economia quanto quiserem, os fachos do Chega também continuam a crescer.

Será que depois os “socialistas” vão pedir desculpa não só porque não estiveram interessados em resolver os problemas da população portuguesa como por terem criado as condições para a ascensão do Chega? É melhor esperarem sentados, se quiserem esperar...

A culpa é do Socialismo

"O maior problema que encontro na política portuguesa é mesmo o socialismo, que tem gerado empobrecimento, perda de oportunidades, baixos salários, que nos tem remetido para a cauda da Europa” - Luís Montenegro

Quando não se tem soluções e se deseja o poder pelo poder acaba-se por recorrer à demagogia mais rasca.

Eu não acredito que a maioria da população acredita que vive em Socialismo mas acredito que muita gente ainda não tem noção suficiente do que é o Neoliberalismo, de como a contrarrevolução neoliberal criou uma série de disfuncionalidades na sociedade que a ameaçam, como degradou as condições de vida, como degradou o trabalho e como estilhaçou expectativas de um futuro melhor.

O período neoliberal que estamos a atravessar demonstra tão bem como a classe dominante não aceita esse futuro melhor.

O líder do Partido “Social Democrata” Luís Montenegro ao responsabilizar um Socialismo que não existe não está apenas a ser demagógico, está a servir conscientemente a classe dominante em detrimento da maioria da população. Mas não é suposto ele servir o povo todo? Que contradição, uma contradição previsível…

Luís Montenegro e os restantes regressivos podem combater o futuro o quanto quiserem mas o desejo pelo progresso impõe-se sempre.

Inferno 2

 

Mais um exemplo de inferno laboral que reina no mundo.

Ainda se lembram do “com o desenvolvimento tecnológico e científico o ser humano não vai precisar de trabalhar tanto para garantir uma vida digna”? 

Neoliberalismo conseguiu tornar o trabalho uma questão de moralidade individual, e quem ganha com isto? Os ociosos privilegiados que estão acima daqueles que trabalham.

É inegável, a classe dominante e quem a serve conseguiram passar uma rasteira mental impressionante em muita gente, incluindo muita gente que trabalha.

Novamente os fluxos de importação de mão de obra

Há uns tempos Raul Martins, presidente da Associação da Hotelaria de Portugal, defendeu junto do governo “socialista” que Portugal deve criar fluxos de importação de mão de obra de países como Cabo Verde e Filipinas para responder à falta de trabalhadores no sector. A linguagem utilizada por Raul Martins foi, digamos, demasiado esclarecedora das mentalidades do patronato, um patronato chateado por a classe trabalhadora portuguesa estar a rejeitar os “competitivos” rendimentos e condições de trabalho oferecidas por este mesmo patronato.

Para corrigir a honestidade de Raul Martins, a iniciativa liberal ECO convidou CEOs do sector do turismo e a sua representante no governo “socialista” Ana Mendes Godinho, ministra da exploração, para dizerem o mesmo que Raul Martins disse mas na novilíngua neoliberal.

“Atrair talento”; “sucesso individual”; “worklife balance”; “menos impostos”; “gerações millenial (geração Y) ou pós-millenial (geração Z)”, enfim, um chorrilho de ladainha neoliberal e tudo para justificarem o acesso a mão de obra o mais barata e submissa possível. Os exploradores bem formados com lábia pretensamente mais moderna não são melhores do que os exploradores mais grosseiros…

Especulação, turismo e baixos salários, a estratégia de desenvolvimento dos sucessivos governos neoliberais de Portugal e da União Europeia... Não estão satisfeitos com o país que têm?

O ladrilhar liberal do chão para os fachos continua

 

“Há algum perigo maior do que o Chega? Sim, o actual PS” - João Miguel Tavares

Sobre o liberal JMT já escrevi alguma coisa, contudo, nada do que escrevi é surpresa para gente atenta, tal como não será surpresa mais esta tentativa de normalização dos fachos por parte de JMT.

Os liberais sabem que o seu Liberalismo empobreceu o povo português, sabem que apenas serve a classe dominante e a quem ela paga para fazer propaganda, agora com o povo saturado da ladainha dos “mercados” dedicam-se à lavagem de imagem dos ultras, desejam o retorno do querido líder Passos Coelho, fazem passar a ideia que até há pior que o facho Chega na Assembleia da República. 

Isto vai piorar ainda mais...