terça-feira, 31 de agosto de 2021

Aprenda MMT - Learn MMT

 


"A Teoria Monetária Moderna (TMM) (Modern Monetary Theory, MMT, em inglês) é uma teoria macroeconômica que descreve a moeda como um monopólio público e o desemprego como uma evidência de que um monopolista da moeda está restringindo a oferta de ativos financeiros necessários para o pagamento de impostos e satisfazer os desejos de poupança." Wikipedia

"Modern Monetary Theory or Modern Money Theory (MMT) is a heterodox macroeconomic theory that describes currency as a public monopoly and unemployment as evidence that a currency monopolist is overly restricting the supply of the financial assets needed to pay taxes and satisfy savings desires." Wikipedia

Bill Mitchell: Demystifying Modern Monetary Theory

domingo, 29 de agosto de 2021

O Partido “Socialista” não é teu amigo

 

Quando em 2008 o presidente da CIP (Confederação Empresarial de Portugal) disse “fez melhor do que um Governo de direita” ele estava-se a referir a um Governo apoiado pelo Partido “Socialista”. Acham natural um Partido dito “Socialista” servir melhor os interesses do patronado no que diz respeito à legislação laboral do que os partidos de direita? É assim que o Partido “Socialista” defende os interesses do trabalhador?

“… o Partido Socialista foi o partido que mais concordou em mudar a legislação laboral desde o 25 de Abril de 1974.” - do artigo “Precariedade e socialismo” de João Ramos de Almeida, no blog Ladrões de Bicicletas. Leiam o texto se querem saber mais sobre como o Partido “Socialista” tem vindo a “proteger” os interesses do trabalhador. 

Nós podemos responsabilizar o Partido “Socialista” por muito do mal que se vive em Portugal, por muitas das dificuldades que tanta gente enfrenta, o que eu não posso fazer é culpar o Partido “Socialista” por aquilo que não é culpado, e o Partido “Socialista” não pode ser responsabilizado pelo Socialismo que não pratica nem praticou ao longo de décadas.

O Partido “Socialista” não só não é Socialista como não tem qualquer ambição de o ser, logo, porque razão se chama “Socialista”? Qual é a razão desta desonestidade?
É verdade que o Partido que não é Socialista usa uma certa retórica social, inclusiva, “nós estamos nisto juntos” que contrasta com uma certa retórica anti-social e até predatória que os partidos à direita utilizam mas isto é apenas forma, não é conteúdo, é a exploração de uma estética progressista, e esta estética é explorada porque é atraente, bela, porque muitos querem acreditar em algo melhor, no progresso humano.

A classe dominante, os Donos Disto Tudo, convivem muito bem com o “socialismo” do partido que não é Socialista, eles sabem que os governos apoiados pelo partido não colocam em causa os seus interesses.

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

A casta Europeísta

 

Há um grupo de indivíduos que ganhou, ou tem a perceção que ganhou, com a integração europeia, este grupo é composto essencialmente por políticos, personalidades da comunicação social como directores de jornais, comentadores e, claro, a classe que os anteriores servem, a classe do Capital.

Embora a União Europeia nos tenha sido vendida como um projecto de progresso, prosperidade e paz é necessário dizer que a União Europeia não é um projecto de progresso, prosperidade e paz, é um projecto neoliberal, logo, de regressão, um projecto criado pelas e para as “elites” europeias.
Há quem admita a natureza regressiva da União Europeia e continue a defender que é possível a reformar ao ponto desta estrutura pan-europeia servir quem tem que servir, os povos. Não encontro qualquer indicação de que uma reforma da União Europeia esteja a caminho, antes pelo contrário, encontro sim evidências do entrincheiramento do Neoliberalismo na União Europeia.

O grupo de indivíduos que ganhou ou acha que ganhou com a União Europeia/ Euro não tem qualquer incentivo para mudar o status quo pois ele o serve. 

A maioria que caiu na armadilha do europeísmo neoliberal não o sustenta porque gosta dele mas porque a ideia do fim da União Europeia e Euro é ainda aterrorizante o suficiente o que a leva a tolerar o projecto europeísta, mesmo que isso esteja claramente a provocar o declínio social e económico. A minoria que ganhou com o europeísmo neoliberal tem claramente explorado o medo e ignorância da maioria da população para manter o actual estado de coisas.
A questão não é se, mas quando… até quando este arranjo regressivo neoliberal europeu vai durar? Espero que não dure por muito mais tempo.


The Europeanist caste

There is a group of individuals who have gained, or have the perception that they have gained, with European integration, this group is essentially composed of politicians, media personalities such as newspaper editors, pundits and, of course, the class that the previous ones serve, the capitalist class.

Although the European Union has been sold to us as a project of progress, prosperity and peace, it is necessary to say that the European Union is not a project of progress, prosperity and peace, it is a neoliberal project, therefore, of regression, a project created by and for the european “elites”.
There are those who admit the regressive nature of the European Union and continue to argue that it is possible to reform it to the point where this pan-european structure serves those who have to serve, the peoples. I do not find any indication that a reform of the European Union is underway, on the contrary, I do find evidence of the entrenchment of Neoliberalism in the European Union.

The group of individuals who have won or think they have won with the European Union/ Euro do not have any incentive to change the status quo that is useful to them.

The majority who have fallen into the trap of neoliberal europeanism do not support it because they like it but because the idea of the end of the European Union and the Euro is still terrifying enough that they tolerate the european project, even though it is clearly causing social and economical decline. The winners of the european neoliberal project clearly exploit the fear and ignorance of the majority of the population to maintain the current state of affairs.
The question is not if, but when… how long will this regressive european neoliberal arrangement last? I hope it does not last much longer.

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

O que a União Europeia era suposto ser

 

Como começou...                                        ...como istá indo.
How it started...                                         ...how it's going.

As imagens positivas que a Comissão Europeia divulga contrastam com as imagens de conflito e desagrado das ruas de várias cidades europeias. A Comissão Europeia bem pode mandar designers gráficos criarem as mais positivas imagens e gráficos com o objectivo de transmitir uma imagem de cumplicidade e serviço feito para com os povos europeus, contudo, a realidade é que as imagens, os gráficos, as conferências e as promessas de solidariedade não têm conseguido parar o crescente mal-estar dos povos em relação à União Europeia.

Foi-nos dito que a União Europeia era um projecto de paz e prosperidade, onde estão a paz e prosperidade?
Não há conflito armado na União Europeia, mas a ideologia neoliberal/ austeritária que domina a União Europeia cria mal-estar e conflitos crescentes.

Ainda há uma certa ideia que a União Europeia era um projecto progressista no início, que uma clique tomou conta do projecto Europeu e o tornou num projecto neoliberal austeritário, errado, a União Europeia que começou em 1993, substituindo a CEE (Comunidade Económica Europeia), foi sempre um projecto neoliberal. O Tratado de Maastricht que instituiu a União Europeia tinha nele embutido os constrangimentos fiscais como o défice deve ser sempre inferior a 3% e a dívida pública sempre inferior a 60% do PIB. A obrigação do défice ser sempre inferior a 3% e a dívida pública sempre inferior a 60% não têm fundamento técnico, são construções ideológicas, daí a União Europeia ser uma construção neoliberal desde o seu início.
A ideologia da austeridade reinante é o pilar fundamental da União Europeia, é responsável pelo declínio europeu e pela incapacidade dos Estados responderem de forma eficaz a crises, crises como a de 2008, não só não respondem de forma eficaz a crises como as crises ainda são utilizadas para punir os povos, especialmente os povos do sul da Europa.


What the European Union was supposed to be

The positive images that the European Commission disseminates contrast with the images of conflict and malaise on the streets of several european cities. The European Commission can ask graphic designers to create the most positive images and graphics in order to convey an image of complicity and service to the european peoples, however, the reality is that images, graphics, conferences and promises of solidarity have not been able to stop the growing malaise of the european peoples in relation to the European Union.

We were told that the European Union was a project of peace and prosperity, where is the peace and prosperity?
There is no armed conflict in the European Union, but the neoliberal/ austeritarian ideology that dominates the European Union is creating more and more malaise and conflict.

There is still a certain idea that the European Union was a progressive project at the beginning, that an evil clique took over the European project and turned it into a neoliberal austerity project, wrong, the European Union that started in 1993, replacing the EEC (European Economic Community), was always a neoliberal project. The Maastricht Treaty that instituted the European Union had built-in fiscal constraints such as the deficit must always be less than 3% and the public debt always less than 60% of GDP. The obligation of the deficit to always be less than 3% and the public debt always less than 60% has no technical basis, they are ideological constructions, hence the European Union has been a neoliberal construction since its inception.
The dominant austerity ideology is the fundamental pillar of the European Union, it is responsible for the european decline and for the inability of States to respond effectively to crises, like the 2008 crisis, not only do they not respond effectively to crises, the crises are used to punish the european peoples, especially the peoples of southern Europe.

terça-feira, 17 de agosto de 2021

João Miguel Tavares, um caso de alpinismo social

João Miguel Tavares deve estar convencido que é muito inteligente, e que é essa a razão do porquê ele ser presença assídua na televisão e de ser cronista do jornal de “referência” Público.
Tavares é um admirador confesso de Pedro Passos Coelho. Para um tipo que aprecia a ideologia da meritocracia acho estranho o Tavares ter como ídolo uma pessoa com uma carreira profissional dúbia como Passos.

O que seria do João Miguel Tavares sem o caso Sócrates?
Será que o Tavares teria a proeminência que tem na comunicação social e rendimentos, especulo eu, bem acima de um jornalista comum se o caso Sócrates nunca tivesse acontecido?

João Miguel Tavares foi um dos defensores da Troika e das políticas austeritárias do seu querido líder Passos Coelho. 
Agora o Tavares escreve artigos com títulos como “Portugal, país que se vai extinguindo aos poucos”, para alguém que apoiou a agressão da Troika e governo PàF à maioria da população portuguesa, agressão que contribuiu tanto para dificultar a vida de tanta gente, incluindo de gente mais nova, gente que viu a capacidade de organizar a sua vida claramente diminuída acho que fica mal... mas o Tavares quer lá saber, os artigos que ele escreve não passam de exercícios de hipocrisia e demagogia, o que interessa ao Tavares é que continue a aparecer na televisão, escrever para jornais e numa versão cada vez mais virada para a extrema-direita.

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Passos, Salvador da Pátria!

 


Os acérrimos defensores de Pedro Passos Coelho o viram, e continuam a ver, tal como os que amavam, e ainda amam, o fascista Salazar, como um salvador da pátria. Mas qual “pátria” eles pensaram ou pensam que foi ou está para ser salva?

Salazar apenas foi um salvador da pátria na propaganda. Salazar para além da repressão inerente ao seu regime fascista deixou um país vergonhosamente pobre e atrasado num contexto europeu apesar de Portugal não ter sido arrasado como outros países na 2ª Grande Guerra Mundial.
Passos Coelho estava a empobrecer a maioria da população por convicção, podem notar isso não só nas políticas seguidas mas também na forma e conteúdo das expressões utilizadas na altura da Troika e governo PáF. O desejo de empobrecimento da maioria da população sempre esteve nas mentes da coligação PàF.
É para mim claro que tanto Salazar como Passos Coelho viram (vê, no caso de Passos) o empobrecimento da maioria da população como uma ferramenta de domínio sobre a mesma.

Aquilo que aconteceu a partir de 2011 para além de ser uma agressão contra a maioria da população foi também um ajuste de contas com o 25 de Abril 1974, os idolatras de Passos sabiam bem ao que o governo PàF vinha, viram em Passos e no seu governo a oportunidade para regredir aos “bons velhos tempos”, tempos sem esquerda chata, sem Serviço Nacional de Saúde, sem trabalhadores com direitos e sem filhos desses trabalhadores com sonhos de uma vida melhor.
Tal como Salazar, Pedro Passos Coelho não é nenhum salvador da pátria, é um agressor dos interesses da maioria da população e um reacionário que não tolera o progresso humano.

Deve ser o segredo mais mal guardado em Portugal o facto do 25 de Abril 1974 ter deixado bastantes ressabiados, que continuem ressabiados e derrotados.